Nota do DCE/UFMA, gestão “Ninguém Pode Nos Calar”

13/03/2013 15:37

O início da nova gestão do DCE e a certeza de que a resistência é diária

As mobilizações que aconteceram nos últimos anos, fruto de forte crise econômica que ainda abala o mundo, tem refletido a certeza de que nós, mulheres, homens, jovens e trabalhador@s, precisamos reorganizar os movimentos sociais para os enfrentamos cotidianos necessários. Foi com esse espírito que a Gestão “Ninguém Pode Nos Calar” se construiu e segue atuando.
Durante os últimos cinco anos, a maior entidade do movimento estudantil do Estado esteve na contramão das principais lutas locais e nacionais. Enquanto os estudantes debatiam os impactos do Programa Reuni na maioria das universidades públicas brasileiras, bem como os diversos problemas que permeiam a educação pública, as últimas gestões do DCE da UFMA aplaudiam, de forma injustificada e negligente, todas as medidas unilaterais e autoritárias da Reitoria, sem minimamente propor dialogo com a base estudantil.
Problemas de infraestrutura do Restaurante Universitário, a falta de professores, casos de racismo, machismo e homofobia, descaso com os estudantes dos Campi do continente, são alguns exemplos da realidade vivida pelos estudantes da UFMA. Diante desse cenário, faz-se necessária a atuação firme e politicamente consciente da entidade representativa d@s estudantes da UFMA.
Certo é que, mesmo não compondo a coordenação do DCE/UFMA, o movimento estudantil de oposição de esquerda sempre esteve impulsionando as demandas estudantis da UFMA. O resultado da última eleição da entidade representou a identificação clara que @s estudantes desta universidade tem com o movimento que sempre construímos.
Desde o início, éramos conscientes dos entraves que nos aguardavam, afinal, foram cinco anos de apatia, imobilismo e de uma política que primava pelas relações e benefícios pessoais com a Reitoria em detrimento das necessidades reais dos estudantes. Apesar disso, não nos omitimos, e agora, na condição de gestão eleita, temos nos empenhado ao máximo para reavivar e reconstruir essa entidade de inegável importância para os estudantes.

“Arrumar a casa” 

Com um pouco mais de um mês a frente do DCE e com as dificuldades encontradas por conta da inércia das últimas gestões, é perceptível que não descansamos por nenhum momento da busca pela aproximação entre a entidade e @ estudante. Isto, em função do nosso respeito por cada voto e apoio que tivemos na construção desse processo.
Sendo assim, desde o primeiro dia de nossa gestão, iniciamos um processo de reorganização de toda a estrutura administrativa do DCE UFMA. A começar pela manifestação em relação ao caso de racismo ocorrido no Colun. O ato construído veio demonstrar a relevância do tema entre as pautas da gestão, que se sente na responsabilidade de instigar o debate sobre todas as formas de opressão dentro da universidade e da sociedade, a fim de combatê-las. Outras tarefas realizadas pela nova gestão foram a Primeira Semana da Mulher do DCE UFMA, o auxílio à reivindicação da construção da casa de estudante no Campus do Bacanga, nossa participação na audiência pública para a discussão da acessibilidade na universidade e a denúncia do descaso da Administração Superior com as pessoas com necessidades especiais.
Em âmbito estrutural, providenciamos a instalação de bebedouros e a reforma nas torneiras dos banheiros da Área de Vivência (reclamação histórica dos estudantes). Participamos, também, da recente avaliação do MEC, relatando os problemas da assistência estudantil. Estivemos presentes no último CONSUN. Apoiamos as lutas dos professores do COLUN contra o autoritarismo e a intervenção da reitoria e contribuimos com as mobilizações dos estudantes dos campi do continente, que passam por graves problemas decorrentes da implantação deficitária de suas licenciaturas. 
Nesse sentido, como exemplo claro de nossa atuação em prol d@s estudantes, aproveitamos a presente nota para reforçar a convocação dos estudantes da UFMA para um protesto amanhã (quinta-feira, 14/03) em frente à reitoria contra o fechamento do Restaurante Universitário no período especial (férias). Detalhe importante é que buscamos esclarecimento junto à Reitoria sobre o motivo do não funcionamento do RU neste período, entregamos ofício e abaixo assinado (1.600 assinaturas) feito por estudantes no ano passado, e sequer obtivemos resposta
Todas essas atividades são frutos da atuação política consciente do DCE. 
O certo é que uma universidade carente, a cinco anos, de uma representação estudantil séria e comprometida, possui inúmeras demandas. E nós nos propomos como gestão capaz de assumir esta responsabilidade. Para tanto, temos trabalhado todos os dias. 

A verdade sobre as finanças do DCE 

Prezamos por transparência nas contas da entidade, por isso, publicizamos nossa prestação de contas (nunca feita nos últimos cinco anos). Queremos aqui CORRIGIR um erro cometido de nossa parte.
No início de março, fixamos na parede da entidade a prestação de contas. Quando da confecção do ofício, utilizamos um modelo que estava nos arquivos do DCE e não atentamos para a assinatura que lá estava, daí que saiu o nome de Dayana Coelho, o que foi um erro, pois a responsável pelas finanças é a estudante Thaciane Sodré, tanto que seu nome também está no ofício e em todos os outros documentos das finanças. 
Diversamente das acusações ouvidas, não há acúmulos de cargos. O que houve foi um equívoco, mas que já foi reparado através de uma errata anexada na parede do DCE.
Nesse sentido, aproveitamos o ensejo, para, mais uma vez, solicitar publicamente a prestação de contas das duas últimas gestões do DCE, bem como a exibição dos documentos produzidos pela entidade nas duas últimas gestões. Esta solicitação foi feita por nós, desde os primeiros dias da nova gestão, entretanto, não recebemos nenhuma resposta por parte das pessoas responsáveis.

Nenhum trabalho sério realiza-se facilmente

Notadamente, nossa gestão tem tido posições que nem de longe se assemelham às práticas admitidas pelas gestões anteriores. Primeiro, não construímos uma entidade isolada, distante de quem dela precisa, por isso, nossos debates são abertos a todo estudante que queira participar das reuniões. Segundo, a composição da gestão foi discutida amplamente no processo de formação da chapa, assim, o critério adotado para isso é decorrente desse debate, que foi feito de forma democrática e participativa. Temos a concepção de que, quem esteve conosco na construção da chapa e em suas reivindicações, tem o direito de constituir a gestão, sem espaço para interpretações legais restritivas. E é assim que reconhecemos os companheiros que estão nas secretarias e são referências em seus cursos. Além de que, a divisão de secretarias foi proveniente de debates e escolha democráticas dentro da própria chapa, o que só ratifica os encaminhamentos que estão sendo feitos.
Por fim, reafirmamos não só o compromisso com as causas estudantis e sociais, mas a certeza de que seguiremos firmes na busca por democracia na UFMA, contra a implementação da EBSERH, pela ampliação do Restaurante Universitário e sua criação nos campi do continente, pela criação de creche na UFMA, por iniciativas culturais que contemplem os estudantes, reafirmação das demandas dos estudantes dos campi do continente por cursos que contemplem a formação completa, oposição sobre a implementação das catracas, dentre outras. Ressaltamos que as portas do DCE estão abertas a todos @s estudantes e contamos com você para fortalecer esse movimento. Independente dos obstáculos, “com as bandeiras nas ruas, ninguém pode nos calar”.